sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Propulsão feminina dos Arautos do Evangelho

“Sede mensageiros do Evangelho pela intercessão do Coração Imaculado de Maria”. Essas foram as palavras finais que S.S. João Paulo II, em audiência pública, dirigiu aos Arautos do Evangelho – recém-aprovada Associação Internacional de Fiéis de Direito Pontifício - na manhã de 28 de fevereiro de 2001. Nesta ocasião, o Presidente dos Arautos do Evangelho,Mons. João S. Clá Dias, após o afetuoso cumprimento do Sumo Pontífice, apresentou-lhe, para que abençoasse, a bela imagem de Nossa Senhora de Fátima e o Oratório que seria usado, posteriormente, em peregrinações por milhares de lares.

Assim, obedientes à conclamação do Santo Padre, também o Setor feminino dos Arautos do Evangelho vem desenvolvendo um apostolado profícuo. Levando a muitas famílias palavras de esperança, conforto e paz, dezenas de moças percorrem quase a totalidade dos estados brasileiros. Levam a mensagem do Evangelho às famílias, sobretudo àquelas que estão afastadas da vida eclesial, fazendo com que voltem a aproximar dos sacramentos. “Nunca imaginei que no mundo de hoje pudesse existir algo assim”, é o que ouvem com maior frequência. Outros ainda afirmam: “Suas palavras me ajudaram a voltar firme para a Igreja Católica”.


As jovens arautos, na atividade evangelizadora, deparam, não poucas vezes, com situações muito comoventes: conversando com uma infeliz jovem, esta não consegue esconder as lágrimas e soluçando desabafa: “tenho sua idade e já não encontro mais saída para minha vida”. A arauto, após uma pequena jaculatória ao Divino Espírito Santo, sem ainda a experiência da vida e dos anos, diz-lhe palavras de esperança e convida-a voltar a Deus. “É o que quero: reconciliar-me com Ele”.


Onde encontra as jovens a experiência que a pouca idade não lhe é capaz de transmitir?


Tendo como princípio o sábio ensinamento de Dom J.B. Chautard, abade da Trapa de Nossa Senhora de Sept-Fons, em seu livro “A alma de todo o apostolado”, as dedicadas jovens dos Arautos do Evangelho, periodicamente retornam à vida comunitária, numa tranquila sede da Associação – situada na Serra da Cantareira - onde aliam horas de oração, estudo e recreio.

A ação, para ser fecunda, precisa da contemplação e é na fusão de ambas que o apostolo encontra o cumprimento perfeito de sua vocação. Essa é a espiritualidade do monje trapista e que também norteia as jovens dos Arautos do Evangelho.



VIDA DE ORAÇÃO


“Quando se descuida da vida espiritual, depressa perde o gosto dela”, afirma o Abade de Sept-Fons.

Incentivadas pelo presidente dos Arautos do Evangelho, Mons. João S. Cla Dias, já com décadas de experiência no apostolado com jovens, as arautos – retornando às atividades da vida comunitária - anseiam pelo momento mais fecundo do dia: o recolhimento. Adoração ao Santíssimo Sacramento, recitação do Rosário, leitura espiritual, canto do Pequeno Ofício da Imaculada Conceição e, sobretudo, a Santa Missa celebrada na acolhedora Capela da sede onde as acolhe.

É este o segredo da eficácia da atividade evangelizadora: vida interior: alma de todo apostolado.



ATIVIDADES QUOTIDIANAS


O carisma dos Arautos do Evangelho está expresso no sublime mandamento de Jesus Cristo: “Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”(Mt 5,48). Este chamamento à perfeição não fica restrito aos atos de piedade, ou seja, no relacionamento direto com Deus. Também os atos quotidianos devem ser revestidos do pulchrum, pois, como afirma São Luis de Montfort, tudo deve ser realizado “por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, a fim de fazê-las por Jesus, com Jesus, em Jesus e para Jesus”.

As arautos, no período de pausa da atividade evangelizadora, desenvolvem os atos mais comuns próprios à sede da Associação na qual passam esses dias: confecção de paramentos religiosos, restauração de imagens, abertura de cartas com pedido de orações e relatos de graças recebidas etc। Não poderia faltar os momentos de culinária, na qual executam saborosos pratos típicos que aprenderam na passagem pelos diversos estados do nosso imenso Brasil.

Em todas estas atividades reina o espírito de comunhão e fraternidade.


ESTUDOS E RECREIOS


Num ambiente de harmonia e disciplina, as arautos desfrutam de momentos de saudável recreio: o tradicional jogo de xadrez e montagem de quebra-cabeça tomam-lhes um tempo razoável.



Viver é estar juntos, olhar-se e querer-se bem! Os jogos acabam sendo um pretexto para que as jovens Arautos do Evangelho pratiquem, realmente, o que mais lhes agradam nos períodos em que estão juntas: a conversa e a música. Os temas são os mais variados e terminam sempre com entusiasmados comentários sobre as conferências de formação dadas pelo Mons. João S. Clá Dias.

Um ditado francês exprime bem o término deste convívio: “L’inteligence ne fait que parler, c’est l’amour qui chante”(A inteligência só sabe falar; é o amor que canta). Quase que invariavelmente, o toque do sino – convidando-as a um próximo programa - interrompe este convívio que, depois de muita conversa, passam à música.

E assim, entre uma intensa vida de piedade e uma dedicada ação evangelizadora, passam os dias de uma jovem arauto entusiasta pelo apelo do Santo Padre: “Sede mensageiros do Evangelho”.